A amamentação é um momento único, que fortalece o vínculo entre mãe e bebê e oferece inúmeros benefícios à saúde de ambos. No entanto, essa jornada nem sempre é livre de desafios, especialmente para mães de primeira viagem ou aquelas sem o apoio adequado. Cometer erros durante a amamentação é mais comum do que parece, mas com informação e prática, é possível evitá-los e tornar essa experiência mais tranquila e prazerosa.
1. Achar que a amamentação é sempre instintiva
Embora a amamentação seja um ato natural, ela também exige aprendizado tanto para a mãe quanto para o bebê. Muitos acreditam que ambos saberão o que fazer desde o início, mas a prática pode demandar paciência e ajustes. É importante buscar orientação, especialmente nas primeiras mamadas, para garantir uma pega correta e evitar desconfortos.
2. Não priorizar a pega correta
Uma das principais causas de dor e lesões nos mamilos é a pega inadequada. O bebê deve abocanhar não só o mamilo, mas boa parte da aréola, garantindo que a sucção seja eficiente e confortável para a mãe.
- Como identificar uma boa pega:
- O queixo do bebê está encostado no seio.
- O lábio inferior está virado para fora.
- O bebê suga de forma ritmada e engole o leite.
Se a pega estiver incorreta, ajuste a posição para evitar fissuras e facilitar a amamentação.
3. Acreditar que o leite é insuficiente
Muitas mães desistem da amamentação por acharem que não produzem leite suficiente. Esse medo, chamado de “hipogalactia percebida,” geralmente é infundado. A maioria das mulheres produz o leite necessário para atender às necessidades do bebê.
- Sinais de que o bebê está recebendo leite suficiente:
- Molha pelo menos 6 fraldas por dia após o quinto dia de vida.
- Ganha peso de forma adequada (monitorado pelo pediatra).
- Demonstra que está satisfeito após as mamadas.
Se houver dúvidas, procure apoio profissional antes de introduzir complementos desnecessários.
4. Oferecer mamadeira ou chupeta precocemente
O uso precoce de mamadeiras e chupetas pode causar a chamada “confusão de bicos,” dificultando a pega correta no peito. Como a sucção nesses objetos é diferente da necessária para mamar, o bebê pode rejeitar o seio ou não sugar de forma eficaz.
5. Não amamentar sob livre demanda
O leite materno é produzido conforme a demanda do bebê. Restringir horários ou limitar o tempo de amamentação pode impactar a produção de leite e dificultar o estabelecimento desse ciclo. Permitir que o bebê mame sempre que quiser, sem impor limites rígidos, é fundamental para uma amamentação bem-sucedida.
6. Ignorar sinais de fome do bebê
Esperar o bebê chorar para oferecer o peito é outro erro comum. O choro é um sinal tardio de fome, e o bebê pode ficar mais agitado, dificultando a pega. Preste atenção aos sinais iniciais, como:
- Movimentos de sucção com a boca.
- Levar as mãos à boca.
- Virar a cabeça em busca do seio (reflexo de busca).
7. Descuidar da hidratação e alimentação da mãe
A produção de leite exige muita energia do corpo da mãe. Não beber água o suficiente ou descuidar da alimentação pode afetar a produção de leite e a saúde da mulher. É essencial manter uma dieta balanceada e ingerir líquidos regularmente.
8. Amamentar em posições desconfortáveis
A posição em que a mãe amamenta é tão importante quanto a pega do bebê. Sentar ou deitar de forma inadequada pode causar dores nas costas, ombros e pescoço, além de dificultar o encaixe correto do bebê. Algumas posições recomendadas incluem:
- Posição tradicional (sentada, com o bebê de frente para você).
- Posição deitada de lado (ideal para momentos de descanso).
- Posição invertida (ajuda em casos de mamas ingurgitadas).
Experimente diferentes posições até encontrar a mais confortável para você e seu bebê.
9. Não buscar ajuda ao enfrentar dificuldades
Dores persistentes, fissuras, mastite ou baixa produção de leite podem levar ao desmame precoce. Muitas mães, por falta de informação ou vergonha, deixam de buscar ajuda. Consultoras de amamentação e grupos de apoio são recursos valiosos para solucionar problemas e fortalecer a confiança na amamentação.
10. Subestimar a importância da rede de apoio
A falta de suporte emocional e prático pode dificultar a experiência da amamentação. Uma rede de apoio – formada por familiares, amigos e profissionais – é essencial para aliviar a carga emocional, oferecer incentivo e ajudar nos cuidados com o bebê.
Conclusão
A amamentação é um aprendizado contínuo que exige dedicação, paciência e, acima de tudo, informação. Identificar e evitar os erros mais comuns pode tornar essa experiência mais leve e prazerosa para você e seu bebê.
Lembre-se: cada mãe e bebê têm uma jornada única. Se surgirem dúvidas ou dificuldades, procure apoio – ninguém precisa passar por isso sozinha. Afinal, amamentar não é apenas nutrir; é um ato de amor e conexão que vale todo o esforço.
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