Uma das perguntas mais comuns para mães que amamentam é sobre a duração da produção de leite materno. Afinal, até quando o corpo da mãe continua a produzir leite? É possível amamentar por anos? Vamos entender como funciona a produção de leite e quais fatores influenciam sua continuidade.
Como a produção de leite começa e se mantém
O leite materno começa a ser produzido ainda durante a gestação, em resposta ao aumento dos hormônios como o estrogênio e a prolactina. Logo após o nascimento, a sucção do bebê é o principal estímulo para manter a produção, já que essa ação desencadeia a liberação de prolactina, hormônio que promove a produção de leite e ocitocina, que ajuda no reflexo de ejeção, ou “descida do leite”.
Quando a amamentação ocorre em livre demanda — ou seja, sempre que o bebê desejar, sem horários rígidos — o corpo materno ajusta a produção de leite às necessidades do bebê. Quanto mais o bebê suga, mais o corpo entende que precisa produzir, criando um ciclo de oferta e demanda.
Até quando o corpo da mãe produz leite?
Em teoria, a mãe pode continuar a produzir leite enquanto houver estímulo, ou seja, enquanto a criança estiver sugando ou enquanto a mãe extrair o leite com frequência. Não existe um “prazo de validade” fixo para a produção de leite; ela pode durar por vários meses ou até anos, dependendo das práticas de amamentação e da saúde da mãe.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e, após a introdução de outros alimentos, até os dois anos ou mais. Mas muitas mães continuam a amamentar após essa idade, especialmente em culturas onde a amamentação prolongada é comum. O corpo da mãe é capaz de adaptar a produção de leite conforme a demanda, inclusive em crianças maiores que mamam com menor frequência.
Fatores que influenciam a produção de leite ao longo do tempo
Embora o corpo esteja preparado para produzir leite por anos, alguns fatores podem interferir na continuidade da produção:
- Diminuição da sucção do bebê: conforme a criança cresce e começa a consumir outros alimentos, ela mama menos. Essa redução natural na frequência das mamadas pode fazer com que a produção de leite diminua gradualmente.
- Uso de suplementos ou fórmulas: o uso frequente de fórmulas ou alimentos complementares, sem recomendação profissional, pode reduzir o estímulo ao peito e, consequentemente, a produção de leite.
- Estresse e fadiga: a saúde mental e física da mãe impacta diretamente a produção de leite. Altos níveis de estresse e cansaço extremo podem reduzir o leite, especialmente se a mãe não consegue descansar ou se alimentar bem.
- Desequilíbrios hormonais: alterações hormonais devido a fatores como uma nova gravidez ou o uso de certos medicamentos podem interferir na produção de leite.
É possível “secar” o leite naturalmente?
Sim, à medida que o bebê reduz a frequência das mamadas ou deixa de mamar, o corpo da mãe entende que não precisa mais produzir leite e começa a reduzir a produção de forma gradual. Para algumas mães, o processo é rápido, enquanto para outras pode levar semanas ou meses. Durante essa fase, é importante respeitar o tempo do corpo, evitando a interrupção abrupta para evitar desconfortos ou possíveis complicações, como o ingurgitamento mamário (mamas cheias e doloridas).
Amamentação prolongada: benefícios e considerações
A amamentação prolongada — ou seja, que ultrapassa os dois anos — é uma prática que oferece benefícios tanto para a mãe quanto para a criança. Do ponto de vista nutricional, o leite materno continua a ser uma fonte de anticorpos, nutrientes e conforto emocional, mesmo em crianças mais velhas. Além disso, o vínculo afetivo entre mãe e filho é fortalecido por meio desse contato próximo.
Para a mãe, a amamentação prolongada pode trazer vantagens à saúde, como uma maior proteção contra certos tipos de câncer e doenças cardíacas. Contudo, a decisão de continuar amamentando é pessoal e deve ser respeitada, levando em conta o bem-estar da mãe e da criança.
Conclusão
A produção de leite materno pode durar enquanto houver estímulo constante, e não há uma “data de validade” para o fim da amamentação. A mãe pode produzir leite por anos, desde que seu corpo continue a ser estimulado pela sucção ou extração do leite. Cada mãe e bebê têm uma jornada única, e a amamentação é uma escolha pessoal que deve ser guiada pelo desejo da mãe, pelo bem-estar do bebê e pelo apoio da rede de apoio familiar e profissional.
Lembre-se de que, independente do tempo de amamentação, o mais importante é que a mãe e o bebê se sintam seguros e confortáveis nessa experiência. A amamentação é uma prática única que, além dos benefícios nutricionais, fortalece o vínculo emocional e contribui para uma infância saudável e cheia de amor.
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